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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Gente que muda por coisa nenhuma.

Por Marcio H  e Jean P.

Tenho um amigo que o considero um vitorioso no quesito profissão. No contexto que ele se propôs chegar, eu o considero um vencedor.
O cara estudou, levou tempo sobre os livros, sobre a matemática, física, química, literatura e outras coisas e no fim de sua jornada nem sempre alegre, ele venceu!
Passou no concurso que objetivou e hoje está pelo Brasil , trabalhando e correndo atrás de mais objetivos. O interessante é que mesmo com tudo mudado nas nossas vidas, são raros os dias que não trocamos ideia e compartilhamos coisas.

Outrora tive um amigo, que se graduou numa disciplina que julgamos importante socialmente e esse amigo após terminar o curso de 5 anos, passou outro período estudando para um concurso. Ele passou e nunca mais nos falamos , como nos falávamos antes. Ele mudou a forma como se comportava, ficou seco, meio altivo, estranho. Esbarrei com ele num restaurante uns tempos atrás e a frieza com que ele conversou comigo , me deixou assim, pensando o que havia mudado no cara. Saí rindo sem entender o que aquela rapaz tinha passado pra se tornar alguém assim, tão seco!

O que esses dois caras tem de igual, além de serem apenas homens é que éramos todos amigos , crescemos todos juntos mas algo dentro de um fez o sentido mudar após suas "conquistas".

O que quero falar neste post é algo que ando pensando já tem uns meses; pessoas que mudam por coisa nenhuma!
Conheço pessoas que vivem numa boa com você, compartilham coisas com você, e até fazem declarações de amizade e amor muito bonitas, mas são pessoas rasas que quando se empreendem em algo que julgam importante, ou se envolvem com outras pessoas, se deslumbram de tal maneira que não percebem a frieza que começam a tratar seus pares.

O nome que se dá a isso é o "efeito estrela", ou "efeito se acha". O pior é que o autor desse efeito não percebe a própria anomalia. Acreditamos sim, claro e evidente, que devemos comemorar e nos orgulhar das conquistas, devemos nos sentir bem, completos e preparados, devemos nos sentir merecidamente reconhecidos por todos pelo prêmio de vida almejado, seja a aprovação em algum concurso, algum emprego ou qualquer outra coisa que nos remete à vitória. 
Claro que sim.

Só que efeito estrela/se acha faz com que pessoas fiquem deslumbradas. Deslumbramento!??? O que é isso!??
Deslumbramento (segundo dicionário Aurélio):  Ofuscação momentânea da vista causada por muita luz. Maravilha; fascinação; encanto.

Ou seja, as pessoas ficam deslumbradas com as próprias conquistas e acabam misturando a auto fascinação com arrogância. Arrogância!??? O que é isso!??

Arrogância (segundo dicionário on line Brasilescola): Atitude altaneira; altivez; orgulho; insolência.

Além de fazer mal às relações e o afastamento gradual daquilo que você foi, essa falta grave pode trazer resultados estranhos. E como o cara que faz musculação...
 Já perceberam que todos nós conhecemos aquele cara, magro, magrinho sabe? sem músculo?
Num ato brilhante de auto reconhecimento da magreza córporea e reflexo de atitude ele começa a malhar, começa a fazer academia quase todos os dias ou todos os dias. Pois bem, passa-se um mês, dois meses...    ele começa a "pegar" corpo. Três meses, com a ajuda de suplementos alimentares, aquele ser magro já não é mais tão magro e ele "pega" corpo, mas acontece algo que todos nós conhecemos; o cara magrelo, deixa de ser magrelo pra se tornar uma pirâmide invertida!

Aquele cara fica bem desenvolvido em cima, mas as pernas ficam sequinhas. Percebemos desenvolvimento muscular nos deltoides, trapézios, peitoral, bíceps, tríceps, abdomem... mas, quadríceps, pantourrilha, anterior da coxa, enfim, os membros inferiores; nada de desenvolvimento! Claro, todos nós sabemos que os membros superiores desenvolvem-se muito mais rápido que os inferiores, e aí, acontece o deslumbramento.

A pessoa, ao se ver no espelho e vê a transformação se deslumbra consigo mesma...neste deslumbramento esquece-se de que é necessário trabalhar os membros inferiores. Acabam trabalhando só peito, braço, costas e deixam o treinamento das pernas de lado, o que é deslumbramento pra ele, para nós, se transforma em pirâmide invertida. É mais ou menos o resultado do efeito estrela... 

Essas são pessoas, do tipo rasas, piramides invertidas, não tem noção do que é real em si mesmas e vivem buscando coisas além de si para se sentirem especiais. Claro que devemos buscar coisas além de nós mesmos, mas essa busca deve ser no máximo para aprendizado pessoal e melhoramento de tudo que chamamos de "nosso". É verdade, as coisas mudam, as pessoas se separam, os coleguismos terminam, os tempos nos obrigam a ver coisas de outra forma , a gente se altera, o tempo  nos altera, vem casamento, filho, emprego novo, relações afetivas novas. Mas..quando você é alguém " não raso" você permanece fiel ao principio de que você é apenas mais um ser humano desprovido de poderes especiais.

Não é todo mundo que entende isso que estou expondo. Aliás, pessoas rasas não vão entender isso, ou tão cedo ou nunca...

Em síntese, tem gente que não sabe lidar com elogio, com coisa nova, com sucesso; que seja na compra de um carro, que seja na conquista de um emprego, que seja numa roupa nova, que seja numa formatura, que seja numa casa própria, volto a dizer: Tem gente que não sabe lidar com essas coisas de forma nenhuma.
Essas pessoas se deslumbram e se deixam levar pelos "sonhos" de serem reconhecidas ou queridas.. lutam pra serem benquistas, especiais, importantes para alguém. Mas a real é que essas pessoas são totalmente carentes de afirmação social, afirmação intelectual e afetiva e isso é porque morrem de medo de serem desprezadas ou não fazerem parte de algo. Sinceramente já me incomodei muito com isso, hoje só tenho uma certa dó de quem ainda não se entendeu como pessoa e vive nessa busca inútil, sem sentido.

Por fim, tenho a dizer: Busquem ser sinceros , busquem ter essência boa. Busquem valorizar o que realmente é valorizavel. Se você é carente, assuma isso , se você se acha inferior e vive em busca de um patamar pra se afirmar, pare , olhe , escute... a busca está errada. Não queira ser uma pessoa rasa pra sempre. Se permita vencer e conquistar  tendo em mente a meta de manter sua sanidade no sentido de que você continua sendo humano , fraco e passageiro como o resto da população mundial. Sim; lutar , crescer, melhorar de vida, ganhar bem, viajar,  amar, dirigir, ir e voltar , conquistar e vencer são coisas importantes, mas que isso não lhe faça ser só mais um pedaço de carbono falante e raso.
Se cuida !!!!

Marcio H. e Jean P

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Os heróis abstratos de Arian Noveir

Arian Noveir é um artista francês que usa aquela pintura que crianças fazem técnicas de pintura abstrata para criar silhuetas de vários personagens famosos nos quadrinhos. O resultado é bastante interessante.







 Via Comics Alliance

As coisas que temos que largar

Por Jean P.

Olá amigos do BdC!
Como vai a vida? rs rs rs


Como um observador de pessoas que sou, andei pensando em algo que muita gente já falou, mas que muito mais gente ignora;  o largar as coisas que já não nos serve mais, ou coisas que já não nos acrescenta mais nada, ou pior... coisas que só trazem sentido negativo na espiral da vida!

Houve um tempo em minha vida que eu não sabia decidir as coisas, não sabia deixar as coisas pra trás e vivia comendo livros e livros de anseios frustrados. Isso me deixava estático, parado na esquina do tempo. Eu vivia sofrendo calado e nunca dando passos de crescimento como pessoa. Até que veio uma tempestade gigante nos meus dias e no meio do caos que eu vivi eu conheci parte de mim que estava oculto por pura imaturidade!

Até entendo quando as pessoas sofrem por amor, ou por perder algo que ela acha importante. Entendo! Mas entendo também que não é saudável se entregar a auto comiseração e se deixar nas trevas do sofrimento irracional!
Uma hora é preciso parar com isso, respirar, se olhar no espelho e notar que: Se alguém te deixou , é porque ele não te quer, ou porque entendeu que você não serve mais ou até mesmo porque achou alguém que julgou melhor que você. No fim é tudo a mesma coisa: " a pessoa não te quer mais".

Se você foi demitido de um emprego o qual se dedicou tanto tempo, paciência... Não se pode esperar consideração sempre num mundo competitivo e globalizado como o que vivemos. É preciso aprender a julgar o que é ou não valoroso de verdade em nossa vida.

Se alguém morreu, eu sei como é difícil superar , claro que depende no nível de importância dessa pessoa na nossa vida, mas manter quarto intacto? Manter roupas da pessoa na gaveta? Viver como se aquela pessoa estivesse viva não vai fazer bem a ninguém. Pelo contrário, essa coisa atrai sentimento de morte o tempo todo ! Já senti isso em casas que fui e a foto do finado era algo exposto em um local alto da casa, Pairava ali uma aura de algo que nos cala, nos emudece e nos faz respeitar o negativismo fantasiado de consideração e amor.

Uma vez perdi por vacilo, o amor da minha vida... sofri, me misturei em diversos sentidos insanos e aprendi a me desapegar, viver pra frente. Crescer com a perda e amadurecer. Assim foi possível me refazer e recomeçar minha história, hoje me sinto e sou melhor que antes.
Já vi gente nova morrer sem chegar aos vinte anos e essas pessoas não conheceram o que é "desapegar" e "virar a pagina" da vida para novas histórias!
Nós que estamos vivos , somos obrigados a aprender isso.
Existe um mundo infinito de possibilidades e caminhos para andarmos e sermos felizes. Não é difícil fazer isso, ninguém morre por se desapegar das coisas! Entenda que "o que não te mata , te faz forte" ou não! rs rs rs.

É uma imensa imaturidade e perda de energia de vida, manter pessoas que não te querem mais, na sua lista no Facebook, ou no MSN, ou mesmo na agenda do seu telefone. É inútil. É como carregar um defunto amarrado nas suas costas. Pra que? Hum? O que você diria para um amigo se o visse assim?

Conheço um rapaz que terminou um relacionamento com uma moça e esse rapaz mostra-se frio em relação a sua decisão. Só que ele, as vezes pergunta por ela e ele pergunta para pessoas que sabe que falarão pra ela que ele perguntou . Ela, quando sabe disso, fica triste, fica péssima.
Numa conversa com ela eu expliquei que isso não é sentimento real dele, isso é manipulação. A forma que ele achou de continuar mantendo-a cativa de seus sentimentos .
Isso é doença!
Infelizmente os atos dele perante ela, quando estão no mesmo ambiente, é de ignoração total da pessoa dela, mas mesmo assim, depois, ele pergunta sobre ela para os outros. Ridículo!
Como esse rapaz e essa moça existem milhares. Ele, um tirano sentimental e ela, uma escrava dos sentimentalismos irreais.

Com tudo isso não quero propor uma anarquia sentimental onde o desapego estaria em voga ou a desvalorização e a "descartabilidade" mais em alta. É preciso cuidado com os desapegos pois nessa era de consumismo sem razão e desenfreado alguém pode confundir o que digo com anarquia sentimental.  Como disse meu amigo Márcio P: " A valorização saudável do apego, seria uma volta aos tempos antigos e por isso mesmo uma atitude memorável"

As paginas da vida precisam ser viradas seja em que contexto for preciso. Morte, demissão, fim de relação, solidão, abandono, planos frustrados, fracasso e até mesmo  a pagina das conquistas devem ser viradas para dar lugar a novas ou então viveremos de glórias passadas; o que não é bom também.

É isso... "é preciso perder pra não se perder e achar o que é seu de verdade" já dizia um amigo de faculdade.

Um abraço, deixo aqui uma musiquinha pra vocês curtirem!


Jean P. 

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Idiossincrasias e fim de férias

Por Jean P.

Outra vez segunda! rs rs rs. Engraçado dizer isto!

 Já tinhas muitos dias que eu não escrevia pro BdC mas estou aqui pra compartilhar algo com vcs, nossos parceiros. Estive de férias e quando voltei resolvi falar de algo interessante.


O négocio é que gosto muito de uma música chamada L'aventura. Ouço essa canção ja faz alguns anos e sempre acho entendimentos novos em sua letra.  L'aventura é uma música profunda,  fala de sentimentos variados e de visões diferentes sobre  um mesmo ponto.  A canção é magnífica, recomendo que você que me lê: procure ouví-la.  Existe na letra uma parte que eu gosto mais;  [...] quero ser prudente e sempre ser correto . Quero ser constante e sempre tentar ser sincero [...]
Estas palavras dizem muito do que nós homens, humanos, pessoas, deveríamos buscar .
Penso que sincerismo demais podem te colocar em péssimas situações,  mas omissão demais é um veneno negro , gosmento e letal.  Injusto!

Acredito que na vida de um homem, em suas  fases , épocas,  na aspiral do tempo, deve existir alguma lição onde essas palavras deveriam estar em neon.
Conheço homens em idade que  são meninos no gerenciamento de suas emoções. Pessoas que, na base da manipulação garantem para si sentimentalismos tão vazios que quando vejo isso tenho nojo.  Sim nojo!
Me sinto péssimo quando vejo homens agindo assim.  Existem jogos em todos os níveis e contextos da vida e ninguém entra no jogo da vida pra perder. Mas ninguém precisa ser desonesto pra vencer.  Ninguém consegue mentir pra si mesmo a vida toda. Nós, homens, deveríamos entender isso e sentir que , poderíamos buscar analiticamente uma maturidade emocional que servisse de exemplo e deixasse algum legado para nossos meninos que um dia virarão homens .
Deveríamos ensinar os meninos a jogar na vida e não a jogar com vidas.  Entender isso é tão bom quanto um passeio vespertino a beira mar. 


Deveríamos buscar maturidade, deveríamos ser firmes em nossa mente, em nossa caminhada . Os homens que conheço (em sua maioria) acham que "ser homem completo" é ter um grande salário, ou ser um exemplo de penitência aos domingos .
Eu afirmo que:  ser homem vai além dessas coisinhas rasas sem sentido que inventamos na vida. Conheço homens que já vieram me dar exemplo de como fazer isso ou aquilo, baseado em seus títulos sociais, ou em seu contra cheque que o  faz pensar que por ganhar algumas moedas a mais, o torna mais homem do que eu. Conheço homens que nunca buscaram afirmação em dinheiro ou posses, mas seus atos de amor e força marcaram minha vida quando por exemplo:  vi um avô assumindo o risco de cuidar dos netos enquanto o pai das crianças precisou ir para outro estado para se profissionalizar e então voltar meses depois para cuidar dos pequenos.  Nisso, me lembro de um exemplo eternizado por Zé Ramalho na música Avohai. rs rs rs

Conheço homens que cuidam de quem precisa com bravura, que não negam ajuda, que não escondem a consciência de sua humanidade falha, homens que se mostram de peito aberto sem medo de precisar  ser ajudado por alguém.  Conheço homens que choram, e nessas lágrimas já vi exemplos de força que me fizeram repensar e respeitar suas atitudes.  Conheço homens que investem em quem não tem mais esperança e essa atitude me faz valorizar mais ainda esse tipo pessoa. Conheço homens que amam, que sabem perder e sabem ganhar, que sabem rir e sabem analisar a situação em que se está.

Infelizmente, também conheço homens que não assumem o caráter falho que tem e se escondem sob máscaras e mais máscaras, camadas e camadas de engodo que causam no fim, uma perdição total e irreparável do seu "verdadeiro eu".  Também já vi muitos homens perdendo a referência e a capacidade de se refazerem, vivem sempre "dando com os burros na água".  É lamentável ver homens assim; que não se conhecem, não reconhecem suas idiossincrasias, que não buscam entendê-las, continuam repetindo erros e acham mais comodo colocar a culpa sempre em outra pessoa ou em uma situação.

O que também  estou dizendo aqui é que não sou perfeito, nunca serei. Como diz a em L'aventura, eu apenas [...] quero ser prudente e sempre ser correto . Quero ser constante e sempre tentar ser sincero [...]
Mentiras as vezes são necessárias,  causar dores as vezes é algo que fazemos. Fugir as vezes é preciso e calar em certas horas as vezes mostra mais força e sabedoria. 

 Vivemos numa sociedade tão contaminada com o imediatismo que a moda já nasce morta e ninguém vê, ninguém sente ou nem percebe que estão praticando tolices tão inacreditáveis que eu não sei nem nomear!

Vejo seres do gênero masculino brincando de ser homens e isso adoece a alma e desanima a caminhada (as vezes). Ainda bem que conheço homens, amigos, pais, avohais que me inspiram e me fazem ver que minha humanidade por ser imperfeita não precisa ser fraca e sem profundidade.

Aos homens da minha geração: Cresçam! Entendam-se e tornem-se Homens!
Aos homens do futuro: Sejam inteligentes e pensem por si mesmos.  Esta geração fast-food não precisa viver pra sempre!
Aos homens  ausentes manipuladores e fracos emocionalmente:  Obrigado pelos péssimos exemplos; com eles eu pude ver o que eu não quero ser!


No mundo, certezas de hoje podem ser  dúvidas  amanhã.
Medos de hoje podem ser força  amanhã.
As loucuras podem ser paz e as amizades podem ser abrigos.
Basta querer viver, sem preconceitos e sem medo de errar, pois como disse um professor:
“Errando a gente pode aprender”.

Penso que;   se o caminho para aprender mais da vida é doloroso; quero passar por ele.
Se o resultado for o nascimento de minhas “asas espirituais”; eu quero passar por esse caminho.
Nossas estradas de hoje podem ser exemplos amanhã.
Nossas dúvidas de hoje podem ser nossas certezas de amanhã!
Tudo muda e isso pode ser dito assim; “nada é definitivo”.
O importante é buscar o auto-julgamento e não fechar os olhos para a verdade que existe dentro de cada passo que caminhamos agora e que ainda caminharemos.

O futuro não existe para perdedores. Esta verdade não é relativa.

O amor não existe para medrosos. Esta verdade não é relativa.

Nossa estrada de hoje pode ser nosso livro de amanhã. Mas isso quem saberá será você; pois a minha busca já toma todo o meu tempo. 



                                                                                                                                                      Jean P.





quarta-feira, 20 de julho de 2011

Bandas Que Merecem Uma Ouvida 5 - MUSE

Por Marcio H.                           
                                                                     Este é meu Albúm
Estou neste momento a escutar “The Resistance”, o mais novo trabalho da banda Muse, álbum que ganhou o Grammy 2011. Mas e daí!??
Poderia ser uma banda que com seus dez ou quinze anos chegou a ganhar um prêmio num festival que vá lá, dá prêmios Justin Bieber!! Que diabos de validade teria um “Grammy”??
É como a minha decepção em saber que, em 2010, o Prêmio de Música Brasileira Multishow deu a digníssima banda Cine (?) o prêmio de melhor grupo de 2010. Leram isso!?? O melhor grupo de música brasileira, segundo o festival Multishow (que das empresas Globo) é a banda Cine! Bandas boas de verdade, como Teatro Mágico, nem foram indicadas em nenhuma das categorias! Que tipo de festival é esse!?
Eu pergunto que festival de respeito daria prêmios a Cine e não ao Teatro Mágico!? Não seria questão de gosto, mas de qualidade. Mais uma vez eu digo que nos colocam garganta abaixo as coisas sem que tenhamos opções! Por isso, usem mesmo a internet, pesquisem as bandas, as músicas boas! Não aceitem que qualquer Forrós, Justins, Katies, Ladies, Axés, etc entrem pelos seus ouvidos sem um mínimo de senso crítico!
Voltando ao Muse, pensei comigo, será mesmo este álbum tão bom pra ganhar o Grammy (não é lá um festival digno de total confiança de qualidade, visto que, são manipuladores midáticos, porém pode haver um e outro acerto, diferente das cartinhas marcadas nos nossos prêmios nacionais de música) de melhor álbum de rock de 2010!?
Bom, não posso me jogar numa armadilha, eu tenho o álbum anterior do Muse que é, definitivamente, um dos melhores álbuns de rock experimental que já ouvi.
“Black Holes and Revelations” foi uma primazia na mistura louca de guitarras com samplers, baixo com efeitos sound replace digitais, um belo álbum com singles que vão, de fato, à compreensão do que Muse significava em 2006: a promessa de melhor banda dos anos 2000.
Pra quem não sabe, críticos e músicos adoram montar a história do rock, como um amplo estudo antropológico de mudanças da sociedade dentro do reflexo da mesma no sentido da música. Estes “estudos” levam em conta a trilha sonora da época, os maiores ícones de cada década, etc. Aliás, estes estudos são feitos, também, através de consulta pública.
Desde a criação do rock temos uma lista com as décadas e os maiores nomes:
Década de 50: Década do rockabilly e de, inevitavelmente, Elvis Presley;
Década de 60: Beatles, absoluto! Dando as costas ao bom mocismo e mostrando uma pseudo rebeldia regada à muito LSD!
Década de 70: Led Zepellin! Em meio ao psicodélicas bandas progressivas e a chegada do punk, um Hard Rock potente, marcante e envolvente!
Década de 80: U2 mostra que rock é, originalmente, atitude! Com letras ora politizadas ora românticas, conquistou uma legião de fãs por todo mundo. Tudo regado aos riffs de guitarra marcantes de The Edge!
Década de 90: Nirvana mostra que o hair metal (tomou conta dos anos 80) não é um estilo que se preze e mostra ao mundo a raiva de uma geração sem heróis, sem ideologias, sem lutas, uma indignação transformada em acordes e grooves poderosos.
Década 00: Bom, estamos em 2011... e até agora não se sabe ao certo qual seria a banda marca dessa da década JÁ passada.

Mas é importante ressaltar que bandas, ícones do metal progressivo como Dream Theater, inspiram parte de sua criações em bandas como Coldplay e Muse. Isso dito por eles mesmos!!!
E pra quem vê, no mínimo, um Jornal da Globo no fim da noite ou o Leitura Dinâmica, na RedeTV, sabe que o U2 veio ao Brasil, na turnê 360º, com uma banda de abertura. Que banda é essa!???
MUSE!!!
O interessante é perceber isso: ícones do rock clássico, bom e mastigável como U2 gostam do som do Muse.
Ícones do rock progressivo mundial, uma banda que possui uma das melhores reuniões de músicos altamente técnicos como Dream Theater, se inspiram, em parte, no som Muse.
Eu que escrevo esta resenha, me inspirei no..... Muse!!
Pra acabar com essa grande introdução, devo lhes apresentar por que este grupo ganhou com reconhecimento mundial com o álbum “Black Holes and Revelations” e o Grammy de Melhor Álbum de Rock de 2011 com “The Resistance”.

De antemão, poucas bandas conseguem fazer com competência a fusão de ritmos. Por exemplo: quem aí lembra de “Os Virgulóides”!? Uma banda dos anos 90, na qual o maior sucesso era o single “É É É SERÁ QUE O BAGULHO É DE QUEM TÁ DE PÉÉ” lembraram!?? Pois é, embora eu goste dessa música infame, onde eles misturaram rock com samba, não podemos dizer que ficou A FUSÃO perfeita entre os estilos. Quer uma comparação boa em relação a isso!? Los Hermanos. Pronto..eles conseguiram juntar rock com samba de maneira eficiente. Outra mistura bem feita!?? Quem diria que maracatu e afoxé rock (hardocore)!? Sim, existe e sabe o que é!? O ótimo movimento do MANGUEBEAT pernambucano, cujo maior expoente é a Nação Zumbi, liderados por Chico Science!! Na década de 90 foi inovador a fusão que Chico Science criou!!
Podemos até dizer que os caras que tem a manha de “juntar” estilos musicais são gênios de tão complicado e sutil que deve ser.
Muse fez isso muito bem juntando eletrônico com rock altamente audível.
Não à toa há tempos eles têm sido reconhecidos como uma das melhores bandas dos últimos anos, escute essa música, que por sinal é ótima, muito bem bolada, simples mas inteligente, vc vai se lembrar dela:
E quem vai me dizer que não se lembra desta, também do álbum The Black Holes And Revelations, impossível não mexer um milímetro do corpo neste balanço contagiante:
E eu, na minha humilde condição de observador e ouvinte musical, pensei que eles não fariam um álbum melhor que The Black Holes...  mesmo porque, na história da música, dificilmente um artista consegue repetir bons resultados no álbum posterior a um clássico. Mas toda regra tem exceção (talvez essa seja a única regra sem exceção!!)! Neste álbum realmente ele conseguem mostrar que sabem o que fazem, e o fazem bem, demais!!!
A começar pela capa que é simplesmente linda! Um túnel, que mais parece um círculo cromático, em direção à Terra! Olha, uma dica: se a capa do álbum é bonita, criativa e instigante, é quase certo que o álbum é bom! Pois só quem gasta tempo na confecção de uma boa capa terá, também, bom gosto nas criações musicais!!!




The Resistance tem ótimas músicas, não à toa ganhou destaque, vejam a criatividade deste clipe e dessa música:
Não há muito o que dizer sobre a técnica dos caras, mesmo porque, cansei! Este post ficou grande, acabei falando de muitas coisas num único assunto!!!
Um trio de guitarra, bateria e baixo, com um som absurdo de bom, como diria Liam Gallagher, ex-Oasis, que disse ter medo do Muse, declarando que a musica deles é “uma merda assustadora”.
De qualquer forma, MUSE é, sem sombra de dúvida, uma banda que merece ser ouvida!!!
Marcio H.

sábado, 16 de julho de 2011

O Poder Da Solidão

Por Marcio H.

Sozinho.
Sozinho.
O quarto, o espelho, o guarda-roupas... a sala, a tv, o aparelho de som, o sofá...  a cozinha, a mesa, as cadeiras... as pessoas na rua e eu as observando...
E você sozinho(a).

Ao tomar banho você aumenta o volume da TV pra ouvir melhor as notícias do dia. 
Volta já felpudo, usando uma roupa íntima, o controle da TV, o controle da sua vida.

Muitos aos lidarem com essa cena, só de imaginar, já ficam mal. Sentem-se necessitados de uma companhia, uma distração, uma conversa, uma cobrança, de cobrar, falta de um corpo a andar pela casa, falta dos passos de outras pessoas, falta das vozes, falta...

A solidão nas canções de amor é tida como fonte de inspiração de compositores e poetas. A solidão é quase uma vilã, um prêmio mal fadado para aqueles que não se cuidaram e não cuidaram do amor. É como uma recompensa maldita.

Mas não é bem assim.

A solidão não pode ser vista como um reflexo de falta de cuidado ou de falta de plenitude em relações.
A solidão mostra, nos mostra.
Funciona como espelho, retrata a nós mesmos. Fique sozinho durante um tempo. Não digo um dia, nem dois, nem uma semana. Mas fique só em sua casa num período de um mês. Existe sim um leve desespero inicial, mas, depois disto o que vem é uma espécie de autoconhecimento. Uma espécie de encontro consigo mesmo.  
Trabalha-se, horário de almoço, a segunda parte do expediente, a volta pra casa... e a casa e você. Num relacionamento leal de você com você mesmo não se deve sair todos os dias em busca de se fugir de estar sozinho. Deixe.

É relaxante ouvir o silêncio. É engrandecedor poder ficar só e se fazer coisas simples no silêncio de sua respiração.
Perceba que é uma liberdade. Embora as novelas, as minisséries, as músicas, o padrão de família fale a você que este não é mais o certo, perceba que há uma coisa boa nisso. 

Tente.

Você engole suas necessidades e se conhece como ser único. Não dependente.
Conheço pessoas que não aceitam de forma nenhuma a ideia de se estarem sós. É uma espécie de necessidade louca de ter que ter alguém junto, sempre. Essas pessoas não se dão a real chance de se conhecerem. Elas criam uma espécie de simbiose cultural/social com outras pessoas, de maneira tal que só se reconhecem através dos outros. 

Essas pessoas só sabem como são ou o que fazem, através dos afetos e do reconhecimento de outras pessoas. Elas não dão tempo à própria mente de se conhecer melhor. Elas pensam que se conhecem, mas não. Elas conhecem sim o reflexo do que elas são nas outras pessoas.

Medo, ansiedade, tristeza. Tudo isso nos é passado como componentes auxiliares da solidão. Ou vem como brindes de solidão. Mas isso não é verdade.
O medo, a ansiedade e a tristeza já estão dentro daqueles que não agüentam ficar só. A solidão traz felicidade, a felicidade de existir, de ser você.
O silêncio faz com que você escute seus próprios pensamentos.



A sociabilidade em demasia nos transforma em robôs com fisionomias falsas que nem percebemos. Outro dia mesmo fui a um encontro de colegas. Homens e mulheres conversando. E minha pessoa só percebendo os jeitos, as falas, as movimentações das mãos, os risos, os comentários. Tudo muito articulado e não percebido.
Comentamos sobre a novela, nossas opiniões sobre política, nossas ideias intelectuais (que só servem pra mostrar o“quão” inteligentes somos e de como “sabemos” expressar nossas opiniões com vigor), tudo como forma de mostrar que somos capazes, que sabemos o que acontece.
Não vejo coisas boas na sociabilidade demasiada. Na verdade, sempre queremos mostrar que sabemos e que somos capazes. A maioria de nós gosta disso e por isso mesmo odeia a solidão.  A maioria de nós quer prevalecer ou não quer ser deixado pra trás, seja na família, entre os colegas de trabalho, entre amigos do clube, todos. É pra isso que serve a sociabilidade!?
Para poder mostrar aos outros que sou capaz? Falo isso pessoal porque sei que, mesmo que não percebamos, o objetivo nu e cru das relações humanas é este, demarcar território em prol da individualidade e, às vezes, em nome de um grupo. Mesmo que não percebamos, queremos sempre ser o melhor.
Ao mesmo tempo que buscamos aconchego em nossa família, temos medo de nos sentirmos perdidos. Mesmo com aconchego da mãe e do pai, talvez as únicas pessoas que achamos que nos são sinceros, sentimos quase uma obrigação de mostrar do que somos capazes. Mas não deve ser assim.

Não vou ser imbecil de escrever que toda companhia é ruim, não é. Existem pessoas que se assemelham, existem laços verdadeiros que unem, mas a maior parte de nossas relações são fúteis, desinteressantes, descartáveis, atrasadoras, perda de tempo, incompatíveis, mostras de paciência social.

Tenho plena certeza que você que me lê agora sabe que cerca de 80% dos seus conhecidos, do seu vizinho até sua mãe/pai ou até seu melhor amigo do mundo, destes muitos são altamente descartáveis.
Por que ter medo de ser só!? Pra quê a necessidade insondável de estar em uma roda de colegas, ou o medo de tirar um verdadeiro tempo pra você mesmo? (digo “verdadeiro tempo” porque me refiro a realmente ter esse tempo. Não só numa academia, ou numa caminhada, mas tempo mesmo, de qualidade a você mesmo).
Conheço pessoas que pensam estar tirando um tempo pra si. Mas nunca estão sozinhas.

O maior presente que você pode dar a você mesmo é um pouco de solidão. A desintoxicação social (termo que acabei de criar que significa dar um tempo a sociabilidade exacerbada que segue muitas pessoas) é um exercício de autoconhecimento e até cura interior que deve ser levada adiante em sua vida.

Ficar completamente só durante um tempo, o silêncio dos seus pensamentos, suas vontades nuas e cruas sem qualquer influência externa, deitar-se no chão repentinamente e olhar pro teto e pensar, poder não ouvir ninguém, nem se sentir envergonhado por alguma atitude qualquer que você quer tomar, a liberdade individual simples, o poder sair sozinho e pensar sem ter o compromisso de se encontrar com colegas, amigos, a conversa que se pode ter sozinho, andar nu na casa sem vergonha alguma... tudo isso são pequenas coisas boas, sensações maravilhosas e impensadas até então estão a sua espera. 

Eu substituo muitas relações pra ficar comigo mesmo.

Poucos sabem do que estou falando, mas se tiver oportunidade de estar realmente só, fique. Conheça a si mesmo. Sem influências. Procure viver mais sozinho. Tente se bastar de você mesmo. Passe noites sozinho, não saia sempre.

A antissociabilidade tem muitas vantagens. 
Nenhum homem é uma ilha, dizia o escritor. 
Para mim, todo homem é um continente único que se completa em si mesmo. Com seus desertos, suas florestas, suas montanhas, suas planícies, seus rios, seus lagos...


Sozinho.

Sozinho.

O quarto, o espelho, o guarda-roupas... a sala, a tv, o aparelho de som, o sofá...  a cozinha, a mesa, as cadeiras...  as pessoas na rua e eu as observando...

 Marcio H.