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quinta-feira, 27 de março de 2014

Quando a" reza" nao é atendida , o que você faz da vida?

 Jean Portugal 
Muita gente espera apenas e sempre ganhar coisas boas da vida. Sempre ganhar apenas coisas boas das outras pessoas e sempre ganhar apenas coisas boas de Deus. Esse tipo azedo de gente, espera sempre ser agraciado por algum tipo de tolerância e reconhecimento , em todos os lugares que põem os "pezinhos lindos". Entendi que na vida, muita coisa a gente consegue é com suor. Esperar ganhar sempre, faz da gente um pedaço de carne que jamais fará nada marcante na vida... nem de si nem de outros.

Conheço gente que rala... gente que trabalha pra caramba e não lamenta o que faz, não esmorece diante das dificuldades. É observando esse tipo de gente que busco trazer para minha vida alguma influencia que me ajude a jamais murmurar diante das dificuldades.

Gosto muito de uma musica do Los Hermanos, O vencedor ( clique para ouvir enquanto lê o post) , a letra é interessante porque parte do ponto de observação sobre um indivíduo meio iludido com tudo. Esse indivíduo sempre espera ser agraciado. Nunca espera que a dureza das coisas nuas da vida cheguem pra ele. E quando chegam, ele logo entende que não pode passar por aquilo, pois é um cidadão merecedor de tudo que é tipo de gozo na vida e isso é uma afronta. Ele deve  ser um vencedor em tudo, mesmo quando não faz nada.  

Claro que não estou dizendo que temos que ser perdedores natos, conformado em ser pequeno. Não é isso que estou dizendo! Estou dizendo que a maturidade deveria ensinar para cada um que no jogo de perder e ganhar da vida, é preciso aprender a perder, pois muitas vezes é na derrota que chegamos a uma ampliação de nosso entendimento e isso pode nos elevar como pessoa e nos elevar como sujeito criador de uma trajetória autentica.

Dito isso, posso explanar bem melhor o que estou criticando. Critico aquele tipo de "vencedor" que confunde a vida com a acumulação de coisas. Para eles, a felicidade está ligada ao tanto de coisas que  consegue obter ao longo de sua vida. Nesse viés, o indivíduo se perde ao mesmo tempo que se acha um campeão. Não vê um palmo na frente do nariz e por consequência: todas as coisas que ele valoriza , estão no local mais raso da vida de uma pessoa. 

Na nossa sociedade as coisas são assim: Você conhece alguém hoje aqui, se apaixona, se relaciona, e se envolve tão rapidamente  e com tanta força que em questão de semanas já não sobra mais nada pra ele e nem pro outro. Sugaram tudo um do outro , apenas pela ânsia de sentir tudo que achava que era direito seu. Nesse ponto  acontecem as decepções ao perceber que " o amor" não era forte e por isso agora não sabem lidar com o que é cotidiano normal e simples. Então se sentem derrotados e nisso se sentem infelizes, e para matar a infelicidade, não querem mais viver juntos. Dai o ciclo se repete e novamente começam novas buscas por arroubos de paixão que nunca cessarão. Tudo que é imediatismo, não possui profundidade. Tudo que não tem profundidade, pode decepcionar.



Vitaliano Brancati disse: O primeiro efeito de um excessivo amor pela riqueza é a perda da própria personalidade. Quanto menos se amam as coisas, mais se é pessoa. O que ele quis dizer aqui é que, coisas , quando são metas de vida, destroem a noção real de alguém sobre quem ele é na vida. A busca pelas coisas, leva o sujeito para um patamar mais baixo da consciência do que realmente é importante e nisso as gerações vão aprendendo a viver na superfície de tudo, confundido vitória pessoal com acumulação de bens.

Outra vez devo dizer que não estou falando que devemos ser derrotados na vida... não é isso! Estou dizendo que não podemos confundir a ânsia para obter prazer no fast food social com a realização consciente do amadurecimento e da vida e seus desdobramentos ( que no processo de crescer nos traz dor e lágrimas também.).

Para finalizar ,  devo citar Luiz Gasparetto quando ele diz : "Toda a sensação de perda vem da falsa sensação de posse." Essa sensação falsa , nasce desse bombardeio que vivemos , vendo a sustentação dos imediatismos corporativos e da ânsia social por consumo veloz e desmedido , isso  nasce também de carências tão normais de cada um , que ninguém precisaria ter vergonha de admiti-las. 

Essa sensação de querer ser vencedor pra sustentar uma felicidade que nada tem a ver com nada -  e por ser assim, passa tão rápido quanto um cometa - passa tão rápido que faz o indivíduo correr sempre atrás de mais , de mais e de mais... que leva o coração pra bem longe daquilo que é verdadeiro e simples, o fato de sermos apenas pessoas. 



O link da musica do Los Hermanos e a letra abaixo : O vencedor

O Vencedor

Los Hermanos







Olha lá, quem vem do lado oposto
Vem sem gosto de viver
Olha lá, que os bravos são
Escravos sãos e salvos de sofrer
Olha lá, quem acha que perder
É ser menor na vida
Olha lá, quem sempre quer vitória
E perde a glória de chorar
Eu que já não quero mais ser um vencedor
Levo a vida devagar pra não faltar amor
Olha você e diz que não
Vive a esconder o coração
Não faz isso, amigo
Já se sabe que você
Só procura abrigo
Mas não deixa ninguém ver
Por que será?
Eu que já não sou assim
Muito de ganhar
Junto as mãos ao meu redor
Faço o melhor que sou capaz
Só pra viver em paz


sexta-feira, 21 de março de 2014

Água ente, divinal presente!

Água ente, divinal presente!  
(Paulo Walter – The BerinBrown).


 Mina, mina! Tal qual feto uterino, já brota em pódio por ter vencido a dureza do chão. 
Mina, mina! 
Escorre fina, embora frágil, desça determinada a cumprir sua missão. 
Córrego corre! Faceiro menino, saltando quinas, rolando pedras, talhando galhos, serpenteando o estradão. 
Córrego corre! Fazendo amigos peixes, flores, andorinhas, sapos e falcões. 
Água viva, fonte rara, tu és ente, mais que gente é divinal presente, é emoção! 
Água, água! Em teu existir há uma grande lição. 
Rio, rio! Homem feito dá sustento e diversão. 
Rio, rio! Profundo, temido e sistemático que devolve com enchentes o lixo lançado por gente sem noção.
 Cachoeira aguaceira, musa amada, escondida por flores, acessada por trilha e desvendada por poucos. 
 Cachoeira aguaceira, águas navalhas que esculpem pedras, eterna fonte de inspiração. 
Mar, amar! Imenso, indecifrável, mago mágico, encantador que faz a evaporação, a chuva que protege a mina, que alegra o córrego, que enche o rio, dá volume a cachoeira, que fertiliza a terra e a nossa devoção. 
Água feto, água menino, água ser divino, que sacia a sede, limpa o corpo, refresca em gelo e orvalha a noite.
 Tu és o pulsar do coração. Água viva, fonte rara, tu és ente, mais que gente é divinal presente, é emoção!