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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Crente super star. A nova face da “fé”
Por Marcio H

Olá pessoal, obrigado por visitarem nosso BdC!!!
Sabem, já fui católico e simpatizante de religiões afro brasileiras. Uma tia minha é mãe de santo, meu pai tocava atabaques em reuniões umbandistas em sua infância/adolescência, minha mãe era católica. Ela acendia vela para algum santo que não me lembro o nome, mas também acendia velas para uma entidade espiritual que era criança. O nome dessa entidade era “Joãozinho” e devia gostar de balas e pirulitos. Minha mãe, em torno da vela, enchia de balas e pirulitos. Depois toda família mudou de religião no início dos anos 90. Entramos de cabeça nisso. Bom, continuei sendo evangélico até o início dos anos 2000. No final dessa linha religiosa me questionei em muitos aspectos. Isso não vem ao caso agora. Conheci muitos trâmites por dentro da igreja. Mas algo que nunca aceitei é a junção capitalismo/evangelismo. Pior, me dá nojo ver a cortina que eles põe sobre essa gana de querer dinheiro. Sim. Eles querem sim. Obra de Deus (ou deus!?), melhor, obras religiosas deviam ter como base a caridade. Mas o capitalismo (adoro capitalismo!) está nas entranhas pentecostais como a uma esquistossomose na barriguinha de uma criancinha indígena. A ganância não escolhe religião.




O que mais se vê são cantores evangélicos brindando os sucessos de seus álbuns, festejando o sucesso de divulgação e downloads em seus sites e produtos personalizados. Mas não é uma comemoração dedicada a Deus. Muitos até oram agradecendo. Mas na verdade o que há ali é um ato de egocentrismo exacerbado. Ninguém canta ou monta banda para simplesmente adorar a um deus. Esses artistas fazem por si mesmos. Pelo próprio ego natural de artista. Não existe “representação” artística divina. Ele não canta ou toca por um deus, mas pra si mesmo. E isso não seria errado, claro que não. Errado é negar isso e dedicar isso a um deus, como se seu sucesso fosse redirecionado a algo divino. É demagogia demais dizer que produz um álbum, produz um DVD só em nome de sua crença. Ora Deus não precisaria disso. Nem mesmo a sua fé precisaria disso. Arte foi feita pra ser apreciada. Tanto a arte quanto o artista. Mas, para mostrar a força de sua própria fé (o que é redundante) e mostrar humildade e seguir a linha da multidão cristã, eles preferem a pseudo renegação de suas famas. Infelizmente, é isso que eles querem. Fama. Reconhecimento artístico e por estar sendo, possivelmente, usado como instrumento divino.
Inclusive, muitos desses artistas, cantores e músicos eram do meio secular (não crentes) e encontraram no mercado evangélico um nicho de mercado lucrativo e em ascensão. Vida de artista, em geral, neste país é difícil. Junte isso à oportunidade de reconhecimento profissional, pronto, você tem a fórmula dos crentes super stars.
Acessando blogs, sites, twitters desses artistas evangélicos não vejo nada de divino. O que vejo é autopromoção, fotos, vídeos de DVD`s, amostra em palavras garrafais de números de acessos em seus canais no youtube, não há nada sobre fé nem nada espiritual, exceto algumas palavras como glória, aleluia, graças a... etc.
Não vejo nada bíblico nem legitimamente cristão.
Tudo que se acha divino é mais humano do que percebemos.

Marcio H



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