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segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Mal Das Religiões



Por Marcio H

Antes de tudo, este artigo é minha opinião, e não necessariamente, do blog BdC em si.
É irônico saber que temos à disposição toda uma gama de tecnologia vinda do fruto de pesquisas e comprovações científicas, tais como, a tv, o rádio, o automóvel, computador, internet, avião... Mas, por incrível que pareça, bilhões de mentes que aproveitam dessa parafernália tecnológica útil, em pleno século XXI, também acreditam na corrente criacionista da vida, isto é, acreditam na interpretação ao pé da letra da bíblia. Os mesmos que conseguem ver a racionalidade das coisas por meio de estudos, creem na ideia de que descendemos de Adão e Eva, que num lindo jardim, conversam com uma cobra falante, onde existiria uma tal árvore da vida.












Na prática, defensores desta ideia religiosa negam boa partes das evoluções científicas e teóricas conseguidas pelo homem durante o século XIX e XX. O livro “A Evolução das Espécies” de Charles Darwin fora massacrado pelos cristãos e até hoje não é aceito por milhares. No entanto, estudos sobre doenças hereditárias, pesquisas sobre genética que propiciam a cura de diversas doenças, baseados nesta obra de Darwin, são inegáveis. E os cristãos se beneficiam disso, como todos os judeus, hindus, budistas, muçulmanos. O Evolucionismo é uma teoria científica fundamentada em achados fósseis concretos, em experiências biogenéticas realizadas, enquanto que Adão, Eva, o Gênesis em si, é abstrato, subjetivo, indemonstrável, improvável e desprovido de qualquer base científica, sendo só testamentado pelo artifício da fé. Fé que é uma ferramenta também arbitrária, visto que, qualquer coisa pode existir dependendo da fé do indivíduo.







A Relatividade de Einstein, tantas vezes tida como um câncer para os religiosos de plantão por fomentar a ideia de que o futuro é predeterminado e que esse Deus pessoal, que escuta a oração alheia, pudesse não existir, foi fundamental para os esclarecimentos físicos para a invenção de satélites, GPS, transmissões ao vivo, internet, etc.
Não sou ateu, do tipo que não acredita num ser superior, mas não creio num Deus que escuta minhas preces, meu querer, minha ânsias, minhas vontades. Creio num Deus universal, como o filósofo Baruch Espinosa (1632-1677). Ele dizia que Deus não é entendido como um ser externo ao mundo, que governa como um engenheiro ou artesão, mas como forma sutil e intrínseca, muito superior ao entendimento de Deus rei na visão humana. Para Espinosa, o mundo visível que nos cerca nada mais é que a expressão explicada (por ser exposta) em pequenas formas eternamente mutáveis de uma única real e substância universal e absoluta, isso é Deus. Muito além das visões convencionais de explicação divina. Deus é tudo que existe, a única causa existente, sendo tudo mais, efeitos seus, inclusive o Homem que, tendo um pouco da semelhança primária com esse todo é co-criador, inclusive dos próprios problemas, por imperfeito ser que é, mas livre para escolher fazer sua vida algo com sentido, o próprio aperfeiçoamento humano é o sentido que busca dentro dos limites desse Deus que nos cerca diante de sua aparência em tudo que nos rodeia.

Mas as religiões são sempre usadas como forma de manipulação de massa. É incrível que pessoas com clareza de ideias não acreditem em papai noel (ora, como pode um senhor barrigudo viajar ao mesmo tempo no mundo inteiro, numa única noite para dar presentes para crianças, ah, com trenó levado por renas!!!) mas acreditam num deus que as escute, que as acolhe, em livros que dizem o que deve e o que não deve ser feito. Isso é incrível. Eu fui evangélico, fui católico e todos estes, assim como judeus, muçulmanos, hindus pregam que a verdade traz liberdade. Mas onde está a verdade? Em todas estas religiões?
Mas lhes digo, existem milhões, melhor, bilhões de pessoas que vivem aprisionadas às palavras dos livros “sagrados”, às palavras de bons oradores religiosos e, emocionalmente por carência, se deixam levar pela falsa noção da realidade que as religiões dão.
Sêneca disse “A religião é vista pela gente comum como verdadeira, pelos sábios como falsa e pelos governantes como útil”.
Uma pesquisa feita em 2007, na Inglaterra, feita pela Universidade de Cambridge, mostra que a maioria dos cristãos, na verdade tem um certo grau de descrença no Deus bíblico. Eu creio na pesquisa, pois conversando com muitas pessoas ao longos desses últimos anos, percebi que muitos que se dizem ser cristãos não creem firmemente na ideia de Deus bíblico. Muitos creem num deus. Mas poucos creem na visão romantizada e se formos mais fundo, em cada conversa que tive, todos na verdade, se sentiam mal em falar isso, em expressar isso pela criação que tiveram, mas naturalmente, todos sentiam um certo grau de improbabilidade divina romântica. Creio que muitas pessoas estão ficando cheias da ideia de que suas vidas devem ser regradas, guiadas dentro de parâmetros criados por homens, que manipulam a fé de acordo com os interesses. Vejo pessoas se despindo do medo de terem a verdadeira liberdade de acreditar ou não naquilo que querem lhes por garganta abaixo, seja através da bíblia, dos anacletos de Confúcio, do alcorão, da torá, do avesta, seja lá de qual for o livro "religioso". Todos são tendenciosos a que todos que os leiam sejam levados a acreditar. Sem comprovação. Só por fé.


Recomendo a quem quiser saber mais sobre este assunto e não tiver medos ou receios que leiam os livros:
 “O Fim da Religião – Religião, Terrorismo e o Futuro da Razão” de Sam Harris (editora Tinta da China);

“Deus, Um Delírio” de Richard Dawkins (editora Companhia das Letras).





Tem um filme ótimo também, um documentário espetacular, bem humorado e instigante
Chamado “Religulous – Que O Céu Nos Ajude” (de Larry Charles, idealizador do ótimo “Borat”).



 Neste documentário, Charles viaja por vários lugares do mundo, entrevistou  dezenas de personalidades ligadas à religião cristã, muçulmana, mórmom, judaica e consegue, sem nenhuma provocação, algumas respostas surpreendentes. Bill Maher, o documentarista, chega a entrevistar um estranho casal gay que professa o islamismo na Holanda, além de conversar com um ator tranvestido de Cristo que fica simplesmente sem respostas diante de Maher.. No mínimo, curioso. Vejam o trailer e corram atrás deste filme (vejam até o fim):
 
E abaixo uma entrevista hilariante e também curiosa entre Richard Dawkins e Bill Maher (vejam até o fim):

 

Marcio H

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