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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Aprendendo Com As Mulheres

Por Marcio H.

Trabalho no meio militar a mais de uma década. Um meio onde homens dominam pela quantidade e pela doutrina lógica militar. A masculinidade está, historicamente e biologicamente, ligada à guerras, às imposições e à defesa e conquista territorial, ou seja, meu ambiente de trabalho é predominantemente masculino. Moro em Pelotão destacado onde só havia homens. Quando a tenente dentista veio fazer parte do corpo da tropa, foi nítida a mudança de comportamento, a calmaria tomou conta, a correção de atitudes automática (palavrões e brincadeirinhas de cunho duvidoso diminuíram), a leveza no ambiente profissional, o peso das armas aliviou-se!! 
E isso é o poder que a mulher traz consigo.

Trabalhar num ambiente altamente masculinizado nos afasta da simplicidade e sinceridade feminina que outrora, quando crianças, convivíamos de perto, com nossas mães (sinceramente, eu me sentia seguro quando vivia com a minha!).
Não obstante, sem preferências políticas, o povo acertou ao colocar uma mulher na liderança executiva de nosso país.
Perceba a sensatez da Presidente Dilma ao não dar respaldo à ideia louca de tratar de (homo) sexualidade com as crianças nas escolas. 


Parabéns a ela!!!

O mundo “masculinizado” nos transforma em animais, numa selva, caçando e lutando pra sobreviver. Esse ambiente nos faz criar uma casca grossa de insegurança e excesso de defesa que só nos faz mal.
Percebo que mulheres têm um poder de nos atrair (não só fisicamente), por nos passar a sensação de cuidado, de zelo...  Durante anos e anos a Humanidade foi sempre guiada pela ótica masculina, pela racionalidade, determinação e destreza dos homens. Sempre houve guerras por causa da gana masculina.
 


Parece-me que o mundo está nos últimos 60 anos estamos vivendo numa revolução de fato. Muito maior do que feministas de plantão ditam por aí. Sem arrogâncias, presunções e vitimizações (características de feministas ortodoxas) é possível ver que as mulheres trazem sutileza, melhoram o ambiente de trabalho, transformam a rudeza em sensibilidade aguçada. São mais flexíveis que nós, homens (só perguntar a quem teve um chefe homem e um chefe mulher para saber a diferença).
É importante dar valor e cultivar essa alma feminina em todos nós. Claro, existem mulheres que se masculinizam que se deixam levar pela concorrência, pela competição, algumas são até como homens, não pensam antes de falar, agressivas e irresponsáveis. Tudo característica masculina. Mas todos, homens e mulheres tem que equilibrar as porções de feminilidade e masculinidade em cada um de nós.

Estou certo de que a perspicácia feminina tem se mostrado eficaz em empresas, na gestão pública, no comando de famílias. Os homens têm que se abrir ao seu lado feminino (isso não tem nada a ver com explodir em “purpurinas de alegria”).
Curiosamente, elas sabem dosar razão e emoção, em cargos de comando, muito melhor do que nós, homens. E isso é uma anomalia de cultura onde os homens são educados (obrigados) a não mostrar sentimentos, onde chorar é “errado”. Esta mesma sociedade cria a mulher com a permissão de assumir suas emoções.
Não digo que se deve chorar ou abrir o berreiro no ambiente de trabalho ou durante um problema amoroso, mas saber dosar emoção e razão, imponderavelmente, é fator positivo na vida profissional e na vida sentimental. No aspecto vida, as mulheres têm uma qualidade que lhes legitima: a de cuidar.

Tenho dois filhos, um casal de gêmeos que estão completando nove anos. Enquanto vejo o Pedro quebrando brinquedos, fazendo torturas com bonecos e desafios imaginários consigo mesmo e se divertindo com isso, vejo a Júlia cuidando de suas bonecas como se fossem pessoas carentes de amor e carinho. É lindo ver a essência masculina e a essência feminina assim, na sua frente. De fato, se tivesse que escolher, escolheria ser brinquedo da Júlia...

Quando a maioria de nós, homens e mulheres, masculinizados, perceber que dar atenção e acolhimento é o melhor remédio para as mazelas sentimentais de outros, viveremos muito melhor. E esse acolhimento feminino existe não só em momentos difíceis, mas existe na tolerância de se aceitar o próximo, muito mais que os homens (que exigem uma certa padronização imbecil em tudo).  
Ainda bem que muitas mulheres perceberam o que é o verdadeiro feminismo. Cada vez mais estão deixando de lado a ideia de competição com o homem e se vestindo mais de mulher. O verdadeiro feminismo está ocorrendo quando elas percebem que não precisam se tornam homens de saia e sim assumir seu poder acolhedor e sensível. Muitos, homens e mulheres, perdem em não perceber e agir com sua visão feminina. Pois sim, feminilidade independe de sexo. 

Mulheres que mantêm o equilíbrio em dia, sem esforço, têm um dos grandes segredos da vida: a sabedoria.
Temos muito que aprender com as mulheres (inclusive, algumas mulheres também tem que aprender!), e elas conosco. Numa dança de equilíbrio.
Que tal um pouco de suavidade, leveza, acolhimento, atenção, carinho em sua vida!?


Marcio H 

O grande Erasmo Carlos que  fale mais por mim!


 


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